Centenário do nascimento de Álvaro Cunhal

Congresso e comício<br>ponto alto das comemorações

O Con­gresso «Álvaro Cu­nhal, o pro­jecto co­mu­nista, Por­tugal e o Mundo de hoje», que se re­a­liza nos dias 26 e 27 de Ou­tubro, é a pró­xima grande ini­ci­a­tiva das co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário do nas­ci­mento do his­tó­rico di­ri­gente co­mu­nista. Dia 10 de No­vembro, tem lugar um grande co­mício em Lisboa.

Estas ini­ci­a­tivas são mo­mentos altos das co­me­mo­ra­ções

O Con­gresso, a re­a­lizar-se na Fa­cul­dade de Le­tras da Uni­ver­si­dade de Lisboa, visa o apro­fun­da­mento do es­tudo do pen­sa­mento e da acção de Álvaro Cu­nhal, de­sen­vol­vendo-se em quatro ses­sões – duas em cada dia – cor­res­pon­dentes a ou­tros tantos temas: 

1) «O homem, o co­mu­nista, o in­te­lec­tual e o ar­tista», que pro­cu­rará ana­lisar a re­lação di­a­lé­tica entre Álvaro Cu­nhal e o Par­tido, a causa que abraçou e a forma como o fez (como uma opção e um per­curso de vida) e a prá­tica das artes como labor de trans­for­mação do mundo;

2) «De­mo­cracia e So­ci­a­lismo», onde es­tarão em de­bate ques­tões como a Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal e o «Rumo à Vi­tória», a re­vo­lução por­tu­guesa e a pro­jecção dos va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal, a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, a de­mo­cracia avan­çada e a re­vo­lução so­ci­a­lista;

3) «O pro­cesso de trans­for­mação so­cial, o Par­tido e as massas», na qual se fa­lará da obra «O Par­tido com Pa­redes de Vidro», da con­cepção do grande co­lec­tivo par­ti­dário e das ca­rac­te­rís­ticas fun­da­men­tais de um par­tido co­mu­nista;

4) «O ca­pi­ta­lismo: os seus li­mites e o so­ci­a­lismo como al­ter­na­tiva», na qual se abor­dará con­ceitos como «pa­tri­o­tismo» e «in­ter­na­ci­o­na­lismo», o apro­fun­da­mento da crise es­tru­tural do ca­pi­ta­lismo, a in­te­gração ca­pi­ta­lista eu­ro­peia e a luta anti-im­pe­ri­a­lista e pelo so­ci­a­lismo.

Por uma questão de or­ga­ni­zação e de pre­pa­ração dos tra­ba­lhos, é acon­se­lhável que quem pre­tenda par­ti­cipar no Con­gresso se ins­creva – até ao dia 15 de Ou­tubro – através da ficha de ins­crição dis­po­nível no fo­lheto de pro­moção (a qual deve ser en­viada para Co­missão Or­ga­ni­za­dora do Con­gresso «Álvaro Cu­nhal – o pro­jecto co­mu­nista, Por­tugal e o mundo de hoje», Rua So­eiro Pe­reira Gomes, 3, 1600 – 196 Lisboa), ou no sítio do cen­te­nário de Álvaro Cu­nhal na In­ternet, em www.al­va­ro­cu­nhal.pcp.pt/​con­gresso.

O Con­gresso está aberto a di­versos tipos de par­ti­ci­pa­ções e par­ti­ci­pantes, desde os que, «com a obra de Álvaro Cu­nhal en­tendem poder apro­fundar a re­flexão sobre a his­tória con­tem­po­rânea de Por­tugal, sobre o PCP e os co­mu­nistas por­tu­gueses», até àqueles que, par­ti­lhando a sua pró­pria ex­pe­ri­ência, en­tendam re­velar o que «apren­deram e des­co­briram ao ler Álvaro Cu­nhal» e como a sua vida, tra­balho e luta «ilu­minam ou são ilu­mi­nadas pela ex­pe­ri­ência desse es­tudo».

Co­mício no Campo Pe­queno

No pró­prio dia em que se cum­prem os cem anos do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal – 10 de No­vembro – tem lugar no Campo Pe­queno, em Lisboa, um co­mício co­me­mo­ra­tivo. Trata-se, como afirma a co­missão pro­mo­tora das co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário, de uma «ho­me­nagem dos co­mu­nistas, dos de­mo­cratas e pa­tri­otas, dos tra­ba­lha­dores, do povo por­tu­guês, ao homem, ao co­mu­nista, ao in­te­lec­tual, ao ar­tista». Esta ho­me­nagem é, aliás, per­fei­ta­mente jus­ti­fi­cada, ou não se es­ti­vesse pe­rante a per­so­na­li­dade que, «em Por­tugal, no sé­culo XX e na pas­sagem para o sé­culo XXI, mais se des­tacou na luta pelos va­lores da eman­ci­pação so­cial e hu­mana, com forte pro­jecção no plano mun­dial».

O co­mício tem início mar­cado para as 15 horas, mas os par­ti­ci­pantes con­cen­tram-se às 13h45 em di­versos lo­cais em redor do Campo Pe­queno para se­guirem para lá em des­file: quem vier dos dis­tritos de Lisboa, Leiria e San­tarém, parte de En­tre­campos; os que ve­nham da Pe­nín­sula de Se­túbal tem en­contro mar­cado na Ave­nida de Berna, junto à Fun­dação Ca­louste Gul­ben­kian; os par­ti­ci­pantes oriundos do Alen­tejo ar­rancam do Cru­za­mento da Ave­nida de Roma com a Ave­nida João XXI; e a JCP inicia a marcha no Sal­danha. O co­mício conta com a in­ter­venção de Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, e com a ac­tu­ação da Bri­gada Vítor Jara, Luísa Basto e Ma­nuel Freire.

Tanto pelo mo­mento da vida do País em que se re­a­liza como pelo ca­rácter da per­so­na­li­dade evo­cada, o co­mício co­me­mo­ra­tivo do cen­te­nário do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal cons­titui também, como afirma a co­missão pro­mo­tora no fo­lheto que di­vulga a ini­ci­a­tiva, um «im­por­tante mo­mento para co­nhecer, apre­ender e afirmar as pro­postas e pro­jecto do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês e a ne­ces­si­dade do seu re­forço com a sua iden­ti­dade e o seu papel ne­ces­sário, in­dis­pen­sável e in­subs­ti­tuível ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores, do povo e da pá­tria».